Desculpem-me pela intromissão c/ este post de outro tema. Eu só queria me aproveitar da ainda viva polêmica em torno do pênalti do dia 12, no Mineirão, qd o Marcos fez a defesa e a torcida do Galo apontou irregularidade (o que eu não quero discutir, por se tratar de terreno deveras espinhoso p/ quem não é palmeirense ou atleticano), a fim de, nas palavras de Jackson Five, “deixar um dilema para vcs flexionarem”. Conforme pude averiguar “diretamente em fonte indireta”, diz a regra que o goleiro só pode saltar após o cobrador tocar na bola. Isto tb é válido nos casos em q acontece a tal “paradinha”, que, diga-se de passagem, não recebe (e com razão) uma mísera linha na regra de arbitragem. Não tenho certeza sobre a regra. Se estiver errada, me avisem, por favor.
Meu problema aqui não é com a famigerada paradinha, que pra mim deve continuar e blá blá blá… Vamos à questão. Como se sabe, desde os tempos do Rei, a expectativa de quem faz a jogada costuma ser a de que o goleiro salte antes do tiro. “Did you understenderam?” Se não, vejamos: a maioria dos arqueiros se adianta pq parte do suposto de q o cobrador baterá forte, à meia ou mais que meia altura, bem no canto, cantinho ou cantão, ou seja, o chute será indefensável se o salto suceder a batida, já q a ‘pelota’, nestas condições, será bem mais veloz do q o seu caça. Assim, seria preciso “advinhar o canto”. Qd há parada e o goleiro salta antes, o batedor perde o impulso pra pôr força na cobrança, mas ganha a possibilidade de bater com o goleiro batido (trocadilho besta, rsrs…). Por outro lado, se o goleiro não salta, como o Fábio fez c/ o Ronado no Mineirão (se bem q o Ronaldo mandou a bola mais pro meio do que pro canto), o feitiço se vira contra o feiticeiro.
Na Pré-história, só os craques ousavam fazer a paradinha. Na Antiguidade, os quase craques tb começaram a fazê-la. Nas Idades Média e Moderna, os medíocres já haviam aderido à não-moda. Na contemporaneidade, até os pernas-de-pau querem arriscar. Daqui a pouco, o Apodi cismará com isto e, como eu sei que vc imagina enquanto lê o meu looooooooongo comentário, ele terá que partir do meio do campo para a cobrança e pedir a um colega que lhe puxe pela camisa qd chegar à meia-lua, a fim de que não passe da bola sem nela bater, indo parar dentro do gol, dado o incontrolável instinto de correria que domina este atleta.
Com a multiplicação das paradinhas de não-craques, surgirá um problema para as arbitragens. Todas as vezes em que, após corrida e parada, os goleiros saltarem antes do chute e os cobradores, por tortuosidade do pé, nervorsismo, falta de atenção, burrice ou vodú, chutarem a bola em cima do defensor, alguém reivindicará a volta da cobrança, já que o guardador das redes não terá esperado o derradeiro (único) toque na bola. Entretanto, se o árbitro manda voltar, penaliza duplamente o já penalizado. Em pouco tempo, os espertos só chutariam com força média, mais ou menos no canto, fazendo a parada já com vistas nos benefícios da regra, que manda voltar se os goleiros se adiantam e q é aplicável qd os goleiros conseguem a defesa. Estes últimos, por sua vez, evitariam saltar antes. Por fim, os craques passariam a bater invariavelmente com força e no canto, já que os goleiros não saltariam antes e quem é craque pode se dar ao luxo de querer bater assim sob risco mínimo de erro. Daí em diante, mts são os cenários possíveis. Sem mais delongas, pergunto: fosse vc uma espécie de legislador da arbitragem, substituiria o “dps q o cobrador tocar na bola” para o “dps q o cobrador correr para a bola”?